domingo, 25 de novembro de 2007

PIG e FHC

. As estarrecedoras declarações do Farol de Alexandria no Congresso do PSDB – declarações com conteúdo de preconceito de classe e preconceito racial “sumiram” no PIG.

. Aliás, FHC, presidente de honra do PIG, já sabe que conta com isso: o PIG lhe dá proteção – como aqueles cavalheiros de terno preto e óculos escuros que ficam na porta dos prédios em que moram os amigos de FHC, em Higienópolis.

. O Globo e o Estadão esconderam a declaração da primeira página.

. O Globo jogou numa página par – de menor destaque, A16 – com o titulo “FH condena ‘desprezo’ de Lula pela educação”.

. O melhor é uma foto do excelente Roberto Stuckert Filho – o Farol dá uma gargalhada ampla, total, com todos os dentes da arcada superior à mostra.

. FHC pode dizer o que quiser – e morre de rir.

. O Estadão é o mais “discreto”.

. Esconde a notícia num box com um titulo inepto (para variar ...) (Pág. A10): “Lula não sabe língua, insinua FHC”.

. Primeiro, que FHC não nomeou o Presidente Lula.

. Segundo, se tivesse nomeado, não seria uma insinuação ...

. (Não sabe língua ... que língua ?)

. A Folha chamou o assunto na primeira página: “FHC insinua que Lula tem desprezo pela própria educação”.

. Insinua ?

. FHC não podia ser mais claro.

. Todo mundo entendeu o que ele quis fazer: insultar, menosprezar, humilhar o Presidente Lula.

. O que significa insinuar ?

. Vamos ver o que diz o Houaiss :

transitivo direto e pronominal
1) introduzir (algo ou a si mesmo) em algum lugar, devagar e com cautela; infiltrar(-se)

transitivo direto e pronominal
2) Derivação: sentido figurado.
fazer penetrar ou penetrar de forma gradual e sutil no espírito, na mente de alguém

transitivo direto e intransitivo
3) Derivação: por extensão de sentido.
deixar que se perceba alguma coisa sem expressá-la claramente; dar a entender, sugerir

. Quer dizer, então, que, para a Folha, FHC foi cauteloso, sutil, apenas sugeriu que Lula é um analfabeto.

. E, portanto, é como boa parte dos 61% do eleitorado brasileiro: não tem condições de governar.

. (A Folha publica outra foto – de Sergio Lima – da mesma gargalhada pré-obscena de FHC.)

. O Farol dá repetidas demonstrações de quem não tem o pudor que se exige de ex-presidentes.

. Basta ver a extensa entrevista que deu a João Moreira Salles e a forma, de novo, insultuosa, como se refere aos brasileiros e aos pobres.

. Agora se vê que ele não tinha o pudor que se exige de presidentes

. O PIG e FHC se merecem.

. Nós é que não merecemos nem um nem outro.

Em tempo: o Conversa Afiada perguntou a líderes do PSDB, inclusive a ex-presidentes, como Eduardo Azeredo, se subscrevem as declarações do Farol. Aguardamos a resposta.


(
PHA)

Os "spin doctors"

Glossário: spin doctor.

Para quem achou estranho o termo utilizado por Pedro Dória recentemente.
Na mídia, o spin doctor é aquele profissional que serve a uma empresa ou facção política para gerar "torsões na verdade".

Daí o nome "doutor em spin" (rotação).

Mesmo a tradução pode parecer estranha porque, no português, "doutor" é muito ligado à medicina. Aqui chamaríamos mais apropriadamente "mestre da distorção".

Sua função basicamente é pegar um fato, produzir um fait divers, e usá-lo contra o grupo rival, a partir de uma versão "criativa"

Geralmente, a função não é assumida. Mas é aí que reside a graça: o spin doctor tem que vender a própria imagem como um "colunista de opiniões sinceras".

Justamente, porque a revelação de que seria um profissional da opinião pago para isso poderia tirar-lhes a força de convencimento.

A diferença entre um assessor de marketing e um spin doctor é justamente essa: ele atua diretamente no jornalismo, enquanto o assessor de marketing atua na publicidade ou tenta plantar noticiários.

Enquanto o assessor de marketing geralmente exalta as boas ações ou o bom perfil do seu cliente, a partir de contratos conhecidos socialmente, o spin doctor é pago, clandestinamente, para destruir reputações, ou atacar diretamente seus oponentes, para que o cliente não tenha que fazê-lo.

Sua pauta é basicamente a de tentar desmoralizar possíveis opositores ou críticos do grupo do qual é cliente.

Preparado o terreno, o cliente entra somente com virtudes.



(E que escreveu foi o Nassif)

Ainda sobre racismo

Segue o link para participar do abaixo-assinado em protesto à entrevista racista exibida no Programa do Jô, da Rede Globo. Liberdade de imprensa não é libertinagem de imprensa. É responsabilidade de imprensa. E isso parece que nossa imprensa não tem...

Racismo escroto

Segunda, 19/11/2007, 2h da manhã, Vila Madalena. Na frente de um bar, esperando o valet trazer meu carro, assisto a seguinte cena: congestionamento causado pelos valets, que recebem e deixam os carros parados na rua, interrompendo o trânsito. Buzinas tocam, aquele tumulto. Até aqui, as reclamações e as buzinadas são justas e procedentes. Realmente é uma falta de respeito a maneira como os bares e seus serviços de manobrista ocupam as ruas e "privatizam" o espaço.

Mas nisso, pára uma camionete e o motorista começa a xingar o manobrista (que é apenas um trabalhador, a parte frágil e explorada do sistema). A cena acaba com o motorista gritando: "seu preto filho da puta!". Não acreditei no que ouvi. Confesso que a ficha demorou a cair. O cara merecia um chute na porta...

Eu já tinha ouvido falar que dentro de uma camionete sempre tem um baixinho folgado. Mas um racista escroto, é a primeira vez. Mais uma demonstração da nossa elite podre.

sábado, 24 de novembro de 2007

FHC e o ódio de classe

Em discurso na convenção do PSDB, FHC deu mostras do ódio de classe que paira sobre o ninho tucano. Falando sobre educação, declarou:

"Faremos o possível e o impossível para que saibam falar bem a nossa língua. (...). Queremos brasileiros bem-educados, e não liderados por gente que despreza a educação, a começar pela própria".

Uma verdadeira pérola...

A declaração me leva a algumas interpretações:

1. educação é questão de escolha;
2. só os letrados podem liderar;
3. portanto, só a elite pode liderar;
4. a liderança é, desta forma, o destino "dos eleitos";
5. o povo não tem capacidade para definir seus caminhos (a não ser que seja letrado);
6. o Lula é vagabundo.

Resultado da mágoa de quem sabe que vai ocupar apenas um rodapé no livro da história...

E ainda sobre esse assunto, Paulo Henrique Amorim encaminhou aos presidentes do PSDB Eduardo Azeredo, Tasso Jereissati e Sérgio Guerra, ao líder no Senado Arthur Virgílio, ao líder na Câmara Antônio Carlos Pannunzio, ao ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin e aos candidatos à Presidência da República José Serra e Aécio Neves a seguinte pergunta: O senhor subscreve a declaração de Fernando Henrique Cardoso, que chamou o Presidente Lula de analfabeto?

Também espero as respostas.

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Blog do Emir

22/11/2007

O povo contra a "opinião pública"

Um jornalista brasileiro, de luto fechado pela derrota do seu candidato à presidência da República, depois de dar por favas contadas a vitória, afirmou: “O povo votou contra a opinião pública”. Afirmação que permite que nos perguntemos: que povo é esse que não respeita a “opinião pública”? Mas, sobretudo: que “opinião pública” é essa, que se choca com a opinião do povo? E que jornalista é esse, que imprensa é essa, que fabrica – conforme a expressão de Chomsky – uma “opinião pública” ilusória?

Duas matéria publicadas no mesmo dia - 11/11/2007 – por dois dos três jornais de maior tiragem no Brasil – Folha de São Paulo e O Estado de São Paulo – nos permitem entender melhor esses mecanismos. O desencontro entre a “OP” forjada pela mídia oligopólica tem, por exemplo, como um de seus carros-chefe, em que pretenderam nestes anos todos expressar uma suposta opinio majoritária da sociedade, um ponto de vista favorável às privatizações – aqui personificadas pelo governo FHC. No entanto, em pesquisa encomendada por um desses jornais – O Estado de São Paulo -, publicada em um espaço meio escondido – no caderno Economia de 11/11/2007: “Maioria é contra privatizações” – 62% contra e 25% a favor.

O que diz, além disso, o povo, contra a “OP” forjada? Que a privatização não melhorou os serviços prestados: na telefonia (grande “orgulho” dos privatizadores): 51% dizem que não, 37, que sim. Rejeitam a privatização das estradas 47% contra 36% a favor: contra a privatização da energia elétrica 55%, a favor 31%; contra a privatização de água e esgoto, 54%, a favor, 29%.

Perguntados expressamente se o governo FHC fez bem ou mal em privatizar, 55% condenaram a privatização da telefonia contra 33 a favor; 53% condenam a privatização das estradas, 33% são a favor; 59% contra a privatização da energia eletrica, 29% a favor; 59% contra a privatização da água e esgoto, 27% a favor. Consultados se o governo Lula fez bem ou mal em privatizar rodovias e estradas, de forma coerente 49% diz que fez mal, 35% que fez bem.

Uma maioria esmagadora rejeitou qualquer tentativa de privatização de empresas como o Banco do Brasil (77% contra), a Caixa Econômica Federal (78%) e a Petrobrás (78%). Os mais ricos revelam menores taxas de rejeiço às privatizações (35%), mas entre os mais pobres apenas 15% as aprovam. Na região mais pobre do país, o nordeste, a rejeição às privatizações é a maior (73%), confirmando que os mais pobres são as principais vítimas desse processo socialmente cruel. Mas mesmo regiões de nível de renda mais alto, como o Sul e o Sudeste, apresentaram rejeição das privatizações – 67% contra 21% e 56% contra 39%.

Portanto um ponto de vista, evidenciado pela primeira pela mídia mercantil, de que os pontos de vista dos editoriais, das pautas de cobertura das editorais, dos colunistas desses órgaos, que tentaram, ao longo das ultimas décadas, vender a privatização como um anseio nacional, na realidade refletia os seus interesses como empresas privadas, assim como os do grande capital que financia a esses orgaos por meio da publicidade.

Quem compõe, então, essa “opinião pública”, por meio da qual se tenta impingir ao país uma visão claramente minoritária, como se fosse majoritária e refletisse os interesses do país? Outra matéria, do mesmo dia, na Folha de São Paulo, nos dá pistas desse universo restrito e elitista, que essa imprensa tenta passar – em um caso clássico de operação ideológica – como da maioria da população.

Depois de ter que confessar que a queda dos leitores dos jornais é um processo em queda livre e irreversível, porque o jornal, que já havia tido uma tiragem de 530 mil exemplares em 1997, dez anos depois, com todo o crescimento demográfico da população brasileira, viu essa tiragem cair para 307 mil, isto é, uma queda de 44% . Considerando que é uma tendência forte e irreversível, praticamente um de cada dois leitores deixou de ler o jornal, que ainda assim continua a ser de maior tiragem, porque a queda de leitores é generalidada na imprensa escrita. Hoje os três jornais de maior tiragem têm uma média diária de 836 mil exemplares, quando já tiveram o dobro há uma década.

Mas o mais signicificativo – além de que o universo da “OP” forjada pela mídia mercantil é cada vez ainda mais restrito – é que o universo de leitores se concentra nos setores mais ricos do país: 90% estão nos grupos A e B, lugar onde estão apenas 18% da população. 68% dos leitores do jornal tem nível superior, situação de apenas 11% da população. São estes excluídos da riqueza e dos diplomas universitários os que compõem a grande maioria do povo e se opõem à “OP” da mídia mercantil.

Esta está composta – além dos mais ricos e instruídos formalmente – por brancos, católicos, casados, com filhos, com bichos de estimação, estão entre os 23 e 49 anos, fazem exercício, comem em restaurantes, freqüentam shopings, cinemas, livrarias, usam internet, DVD, têm celulares, computadores e câmeras digitais. Isto interessa muito ao jornal, porque lhe interessa que seu círculo de leitores, embora pequeno proporcionalmente, seja grande consumidor.

Como correspondência da evolução direitista do jornal, a maioria dos seus leitores deixou de ser do PT – com queda de 34% par 13% (*) - , passando a dispor de maioria de leitores do partido da nova direita – o PSDB, de FHC -, com 13% dos leitores.

Está decifrado o dilema: por um lado, a “OP”, constituída pelos leitores da grande mídia mercantil: ricos, com os melhores lugares no mercado de trabalho e acesso monopolista a bens materiais e espirituais, universo consitituído em função dos consumidores que interessam às agências de publicidade, para que estas veiculem publicidade das grandes empresas privadas. De outro, a grande massa da população, que não lê esses jornais, que é vitima do processo de concentração de renda promovida pela globalização liberal. Esta maioria tem derrotado a “opinião pública” no Brasil, na Argentina, na Bolívia, na Venezuela, no Uruguai, no Equador, forjada pela direita e que pretende seqüestrar a opinião do país, que nas eleições – a maior e mais ampla pesquisa de opinião pública – tem promovido sistematicamente a eleição e a reeleição dos candidatos mais progressistas na América Latina.

Postado por Emir Sader às 05:34

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

15/11/07, 22h15, BandNewsFM, reclamação encaminhada por um ouvinte: falta de segurança na Aclimação, numa esquina (não lembro qual), onde crianças com malabares ameaçam os pobres motoristas que passam no local. Isso mesmo, ele falou que as crianças AMEAÇAM os motoristas, fazendo seus malabares a pequena distância dos veículos. Pobres motoristas... O ouvinte, um psicólogo, também comentou que em um quadrilátero que inclui a Lins de Vasconcelos, moradores de rua ocupam as calçadas e também AMEAÇAM os pedestres que por ali circulam. Depois da rampa anti-mendigo e do banco anti-mendigo, está na hora de inventarem o sinal e a calçada anti-mendigo. Onde vamos parar?

A fotogenia do dinheiro

(eu copiei do blog do Nassif, que copiou do blog do Luiz Carlos Azenha)




Essa é a foto do serviço de DIVULGAÇÃO do delegado Edmilson Bruno, vazada para os repórteres na antevéspera do primeiro turno das eleições de 2006. Uma parede de dinheiro de R$ 1,7 milhão capturada com arapongas petistas num episódio ainda não devidamente esclarecido.



Essa é a foto divulgada pela Polícia Federal de R$ 6 milhões de reais e mais entre 600 e 700 mil dólares apreendidos numa operação em que bancos suiços são acusados de usar doleiros para enviar dinheiro de clientes brasileiros ao Exterior. Estamos falando em três vezes mais dinheiro. Porém, como é normal numa apreensão dessas, não há parede de dinheiro. Você já tinha visto uma parede de dinheiro antes, em alguma apreensão? Uma parede de dinheiro cenográfica? Uma parede de dinheiro fotografada de baixo para cima?

Comentário
A foto comprova o fato de que houve uma preparação da cena. É como o fotógrafo que coloca um passarinho no gol e fotografa para mostrar que o ataque adversário não incomodou. A foto não é falsa; mas não é jornalismo.
O ponto relevante é que desmente a tese do delegado, de que a foto foi feita pela PF e ela apenas distribuiu.Mas não elimina o fato, óbvio, de que o dinheiro dos "aloprados" existiu.

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Veja, Che Guevara e Jon Lee Anderson

O repórter Jon Lee Anderson, biógrafo de Che Guevara, foi procurado há umas semanas pelo também repórter Diogo Schelp, da Veja. O objetivo era uma entrevista curta para a composição da reportagem que saiu na revista a respeito dos 40 anos da morte de Guevara. É um entrevistado natural – afinal, Che Guevara, uma biografia, é a principal referência ao tema. A própria revista, na reportagem que Anderson critica, descreve seu livro como ‘a mais completa biografia de Che’. Anderson respondeu a Diogo mas acabou não sendo procurado.

Na semana passada, o veterano repórter de guerra da New Yorker teve acesso e leu a reportagem. Foi sua a decisão de tornar pública esta resposta a Schelp, que começou a circular por email entre os jornalistas brasileiros.

A original é em inglês, esta que segue é uma tradução:


Caro Diogo,

Fiquei intrigado quando você não me procurou após eu responder seu email. Aí me passaram sua reportagem em Veja, que foi a mais parcial análise de uma figura política contemporânea que li em muito tempo. Foi justamente este tipo de reportagem hiper editorializada, ou uma hagiografia ou – como é o seu caso – uma demonização, que me fizeram escrever a biografia de Che. Tentei pôr pele e osso na figura super-mitificada de Che para compreender que tipo de pessoa ele foi. O que você escreveu foi um texto opinativo camuflado de jornalismo imparcial, coisa que evidentemente não é. Jornalismo honesto, pelos meus critérios, envolve fontes variadas e perspectivas múltiplas, uma tentativa de compreender a pessoa sobre quem se escreve no contexto em que viveu com o objetivo de educar seus leitores com ao menos um esforço de objetividade. O que você fez com Che é o equivalente a escrever sobre George W. Bush utilizando apenas o que lhe disseram Hugo Chávez e Mahmoud Ahmadinejad para sustentar seu ponto de vista. No fim das contas, estou feliz que você não tenha me entrevistado. Eu teria falado em boa fé imaginando, equivocadamente, que você se tratava de um jornalista sério, um companheiro de profissão honesto. Ao presumir isto, eu estaria errado. Esteja à vontade para publicar esta carta em Veja, se for seu desejo.

Cordialmente,
Jon Lee Anderson.

(O post acima foi copiado do blog do Rovai, que também publicou a resposta de Diogo Schelp)

"É que a CPMF não dá para sonegar!", diz Jatene

FSP, 13/11/2007, página E 2. Diálogo do pai da CPMF, Adib Jatene, com Paulo Skaf, presidente da Fiesp, um dos líderes do movimento contra a CPMF. Leia a seguir o trecho:

Dedo em riste, falando alto, o cardiologista Adib Jatene, "pai" da CPMF e um dos maiores defensores da contribuição, diz a Paulo Skaf, presidente da Fiesp e que defende o fim do imposto: "No dia em que a riqueza e a herança forem taxadas, nós concordamos com o fim da CPMF. Enquanto vocês não toparem, não concordamos. Os ricos não pagam imposto e por isso o Brasil é tão desigual. Têm que pagar! Os ricos têm que pagar para distribuir renda".

Numa das rodas formadas no jantar beneficente para arrecadar fundos para o Incor, no restaurante A Figueira Rubaiyat, Skaf, cercado por médicos e políticos do PT que apóiam o imposto do cheque, tenta rebater: "Mas, doutor Jatene, a carga no Brasil é muito alta!". E Jatene: "Não é, não! É baixa. Têm que pagar mais". Skaf continua: "A CPMF foi criada para financiar a saúde e o governo tirou o dinheiro da saúde. O senhor não se sente enganado?". E Jatene: "Eu, não! Por que vocês não combatem a Cofins (contribuição para financiamento da seguridade social), que tem alíquota de 9% e arrecada R$ 100 bilhões? A CPMF tem alíquiota de 0,38% e arrecada só R$ 30 bilhões". Skaf diz: "A Cofins não está em pauta. O que está em discussão é a CPMF". "É que a CPMF não dá para sonegar!", diz Jatene.

(http://conversa-afiada.ig.com.br/materias/465501-466000/465518/465518_1.html)

"Última Flor do Fáscio"

Em entrevista concedida à Caros Amigos, número 127, de outubro de 2007, PHA chama a Veja de "última Flor do Fascio". Na edição seguinte, a revista recebeu do leitor Pedro Pereira, de Recife, Pernambuco, a seguinte carta:


Entre os muitos pontos altos da entrevista quero aqui destacar o feliz achado de Paulo Henrique Amorim aplicando à asquerosa Veja o cognome de "Última Flor do Fáscio". Num jogo de palavras com o título de um dos melhores sonetos de Olavo Bilac "A última flor do Lácio", que começa assim: "Última flor do Lácio, inculta e bela ... ". Em homenagem ao bem apanhado e bem merecido cognome de VEJA encontrado por Henrique Amorim, ousei parodiar a "Última Flor do Lácio" de nosso grande, gigantesco Olavo Bilac:


Última flor do Fáscio, estulta e banguela,
que a qualquer um se entrega por dinheiro,
que se oferece lasciva ao estrangeiro,
duma mídia ruim és a pior mazela.

VEJA pela verdade nunca zela,
seus leitores empulha o tempo inteiro,
num estilo crapuloso, bem rasteiro
contra o que é certo está de sentinela.

Um tal Mainardi, que é seu colunista,
do Paulo Francis malfeita paródia,
não consegue esconder que é fascista
e outros defeitos, de uma enorme lista.
Que se o interne, num hospício, em vil custódia,
para sempre longe de nossa vista.

(Pedro Ney S. Pereira, Recife – PE )


Leia a seguir o original, "Última Flor do Lácio", de Olavo Bilac:


Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela...
Amo-te assim, desconhecida e obscura,
Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela
E o arrolo da saudade e da ternura!

Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,

Em que da voz materna ouvi: "meu filho!"
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!


Genial Pedro!

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Um infográfico para "O Globo" chupar


  • Desconfie quando a mídia começa a bater repetidamente na mesma tecla.
  • Aí tem coisa.
  • De repente, nos Estados Unidos, de exemplo de crescimento econômico a China passou a ser associada a todos os males: poluição, brinquedos e outros produtos "contaminados", práticas comerciais lesivas e diplomacia agressiva.
  • Logo vão acusar a China de ser comunista.
  • O gráfico acima foi publicado pelo "Washington Post", sob o cabeçalho: "O Clube da China. [...] Aqui as relações da China com alguns regimes repressivos no mundo."
  • Olhem lá do lado direito: sim, é a Venezuela.
  • Para o Washington Post, vive "sob um regime repressivo". [Desde 1998 aconteceram nove eleições parlamentares, presidenciais e referendos na Venezuela. Chávez e os partidos aliados ganharam todas]
  • O gráfico diz que os negócios entre a China e a Venezuela foram de U$ 4,3 bilhões em 2006, o dobro do ano anterior.
  • [A Venezuela exportou U$ 34,4 bilhões para os Estados Unidos e importou U$ 8,2 bilhões em 2006. Um comércio bilateral dez vezes maior que entre China e Venezuela]
  • "A China está particularmente interessada no petróleo da Venezuela", diz o Post.
  • É mesmo?
  • Achei que eles tivessem gostado dos olhos do Hugo Chávez.
  • Alguém aí me ajuda a fazer o Clube dos Estados Unidos?
  • Vamos lá: "Paquistão, Egito, Arábia Saudita, Jordânia, Azerbaijão, Uzbequistão".
  • Como voces sabem, são todos exemplos de democracia acima de qualquer suspeita.
  • O gráfico acima publiquei para dar uma folga ao pessoal de "O Globo".
  • Mais cedo ou mais tarde eles vão publicar um igual, só que botando chifrinhos no Chávez e no Fidel.
(http://viomundo.globo.com/)

Petrobrás

Hoje, assistindo à notícia sobre o Campo de Tupi, na Bacia de Santos, que pode aumentar as reservas brasileiras de petróleo em 40%, fiquei pensando esse Lula é um homem de sorte: auto-suficiência, primeiro astronauta, Pan do Rio, Copa do Mundo... e agora Brasil exportador?

O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, disse que com a nova descoberta o Brasil deve subir do 24º lugar no ranking de maiores reservas do mundo para a 8ª ou 9ª colocação, com o acréscimo de 5 a 8 bilhões de barris de petróleo à produção atual (que é de 14,4 bilhões). A Petrobras, por sua vez, passaria do atual quinto lugar para o terceiro lugar em termos de tamanho de reservas entre as companhias petroleiras listadas em bolsa de valores em todo o mundo. (UOL)

Será apenas sorte?

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Blog do Rovai

Reajustes de janeiro de 2003 a março de 2007, segundo IBGE:

  • Salário Mínimo 90,00%
  • Pedágio 61,27%
  • Taxa de água e esgoto 61,04%
  • Cartórios 58,25%
  • Seguro de automóveis 57,39%
  • Ônibus urbano 56,37%
  • Planos de saúde 54,46%
  • Metrô 51,36%
  • Ônibus interestadual 49,96%
  • Telefone fixo 43,86%
  • Gás encanado 42,84%
  • Energia Elétrica residencial 41,80%
  • Óleo diesel 38,36%
  • Gasolina 27,82%
  • Álcool 21,84%


"Que falta faz o Bornhausen. Sem ele os Demos ficam tão sem-graça".

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Enquanto isso no terminal de ônibus Ana Rosa...

Sábado, 03/11/2007

CENA 1:
dois moradores de rua: pareciam mãe e filho, discutindo com um funcionário do terminal.

MÃE: foi ele (o funcionário) que me bateu.
FUNCIONÁRIO: bati mesmo, você é folgada.
FILHO: por que você não pega alguém do seu tamanho?

CENA 2:
os dois moradores dirigem-se a um policial presente nas proximidades.

FILHO: ele (funcionário) bateu nela. Como fica?
POLICIAL: deixa pra lá, já bateu, já era.
FILHO: mas se eu tivesse agredido ele (funcionário), você me levaria preso.

Na sociedade da propriedade, quem não tem casa nem cidadão é...

Deu na CBN ontem

Segundo estudo da CNI, uso da capacidade instalada no país bate recorde da série histórica, ultrapassando 82%. Será que os juros estão altos mesmo?

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Chávez, não se cale!
O presidente Hugo Chávez é descuidado e franco no que fala. Usa, em sua retórica antiimperialista, metáforas quase divertidas, como chamar Bush de diabo. Mas não exagerou ao qualificar o ex-primeiro-ministro espanhol José Maria Aznar de fascista. Aznar, produto típico da Opus Dei, que se reorganiza com novo alento na Espanha, sempre tratou a América Latina com desdém. Em 2002, em Madri, atreveu-se a dar ordens ao presidente Eduardo Duhalde, da Argentina, para que aceitasse e cumprisse as exigências do FMI. Reincidiu na grosseria, ao telefonar a Buenos Aires, logo depois, como um dono de fazenda telefona para seu capataz, a fim de determinar-lhe a assinatura imediata do acordo com o órgão.
Conforme disse o próprio ministro de Relações Exteriores da Espanha, Miguel Angel Moratinos, Aznar deu ordens ao embaixador da Espanha em Caracas para que apoiasse o golpe contra Chávez em 2002. Com o presidente eleito preso pelos golpistas, o embaixador foi o primeiro a cumprimentar o empresário Pedro Carmona, que, também com o entusiasmado aplauso do representante dos Estados Unidos, tomava posse do governo, para ser desalojado do Palácio de Miraflores horas depois.
Não se pode pedir a Chávez que trate bem o ex-primeiro ministro espanhol, embora talvez lhe tivesse sido melhor ignorá-lo no encontro de Santiago. Mas, como comentou, na edição de ontem de El País, o jornalista Peru Egurdide, há um crescente mal-estar na América Latina com a presença econômica espanhola, identificada como "segunda conquista". A Espanha opera hoje serviços como os bancários, de água, energia, telefonia e estradas, que não satisfazem os usuários. Ainda na noite de sexta-feira, em reunião fechada, Lula e Bachelet trataram do assunto com Zapatero, de forma veemente - longe dos jornalistas.
Mas se Chávez, mestiço venezuelano, homem do povo, fugiu à linguagem diplomática, o rei Juan Carlos foi imperial e grosseiro, ao dizer-lhe que se calasse. O rei, criado por Franco, tem deixado a majestade de lado para intervir cada vez mais na política espanhola - conforme o El País critica em seu editorial de ontem. Em razão disso, as reivindicações federalistas dos povos espanhóis (sobretudo dos catalães e dos bascos) se exacerbam e indicam uma tendência para a forma republicana de governo. Pequenos episódios revelam o conflito latente entre os espanhóis e seu rei. Já em 1981, quando do frustrado golpe contra o Parlamento Espanhol, o comportamento de sua majestade deixou dúvidas. Ele levou algumas horas antes de se definir pela legalidade democrática. Para muitos, o golpe chefiado por Millan del Bosch pretendia que todos os poderes fossem conferidos a Juan Carlos, em um franquismo coroado.
Os dirigentes latino-americanos tentarão, diplomaticamente, amenizar a repercussão do estrago, mas o "cala a boca" de Juan Carlos doeu em todos os homens honrados do continente. O rei atuou com intolerável arrogância, como se fossem os tempos de Carlos V ou Filipe II. A linguagem de Zapatero foi de outra natureza: pediu a Chávez que moderasse a linguagem. Como súdito em um regime monárquico, não pôde exigir de Juan Carlos o mesmo comportamento - o que seria lógico no incidente.
Durante os últimos anos de Franco, a oposição republicana espanhola se referia ao príncipe com certo desdém, considerando-o pouco inteligente. Na realidade, ele nada tinha de bobo, mas, sim, de astuto, vencendo outros pretendentes ao trono e assumindo a chefia do Estado. Agora, no entanto, merece que a América Latina lhe devolva, e com razão, a ofensa: é melhor que se cale.


Mauro Santayana
http://conversa-afiada.ig.com.br/materias/465001-465500/465352/465352_1.html

A arrogância colonialista

O presidente Hugo Chávez é descuidado e franco no que fala. Usa, em sua retórica antiimperialista, metáforas quase divertidas, como chamar Bush de diabo. Mas não exagerou ao qualificar o ex-primeiro-ministro espanhol José Maria Aznar de fascista. Aznar, produto típico da Opus Dei, que se reorganiza com novo alento na Espanha, sempre tratou a América Latina com desdém. Em 2002, em Madri, atreveu-se a dar ordens ao presidente Eduardo Duhalde, da Argentina, para que aceitasse e cumprisse as exigências do FMI. Reincidiu na grosseria, ao telefonar a Buenos Aires, logo depois, como um dono de fazenda telefona para seu capataz, a fim de determinar-lhe a assinatura imediata do acordo com o órgão.

Conforme disse o próprio ministro de Relações Exteriores da Espanha, Miguel Angel Moratinos, Aznar deu ordens ao embaixador da Espanha em Caracas para que apoiasse o golpe contra Chávez em 2002. Com o presidente eleito preso pelos golpistas, o embaixador foi o primeiro a cumprimentar o empresário Pedro Carmona, que, também com o entusiasmado aplauso do representante dos Estados Unidos, tomava posse do governo, para ser desalojado do Palácio de Miraflores horas depois.

Não se pode pedir a Chávez que trate bem o ex-primeiro ministro espanhol, embora talvez lhe tivesse sido melhor ignorá-lo no encontro de Santiago. Mas, como comentou, na edição de ontem de El País, o jornalista Peru Egurdide, há um crescente mal-estar na América Latina com a presença econômica espanhola, identificada como "segunda conquista". A Espanha opera hoje serviços como os bancários, de água, energia, telefonia e estradas, que não satisfazem os usuários. Ainda na noite de sexta-feira, em reunião fechada, Lula e Bachelet trataram do assunto com Zapatero, de forma veemente - longe dos jornalistas.

Mas se Chávez, mestiço venezuelano, homem do povo, fugiu à linguagem diplomática, o rei Juan Carlos foi imperial e grosseiro, ao dizer-lhe que se calasse. O rei, criado por Franco, tem deixado a majestade de lado para intervir cada vez mais na política espanhola - conforme o El País critica em seu editorial de ontem. Em razão disso, as reivindicações federalistas dos povos espanhóis (sobretudo dos catalães e dos bascos) se exacerbam e indicam uma tendência para a forma republicana de governo. Pequenos episódios revelam o conflito latente entre os espanhóis e seu rei. Já em 1981, quando do frustrado golpe contra o Parlamento Espanhol, o comportamento de sua majestade deixou dúvidas. Ele levou algumas horas antes de se definir pela legalidade democrática. Para muitos, o golpe chefiado por Millan del Bosch pretendia que todos os poderes fossem conferidos a Juan Carlos, em um franquismo coroado.

Os dirigentes latino-americanos tentarão, diplomaticamente, amenizar a repercussão do estrago, mas o "cala a boca" de Juan Carlos doeu em todos os homens honrados do continente. O rei atuou com intolerável arrogância, como se fossem os tempos de Carlos V ou Filipe II. A linguagem de Zapatero foi de outra natureza: pediu a Chávez que moderasse a linguagem. Como súdito em um regime monárquico, não pôde exigir de Juan Carlos o mesmo comportamento - o que seria lógico no incidente.

Durante os últimos anos de Franco, a oposição republicana espanhola se referia ao príncipe com certo desdém, considerando-o pouco inteligente. Na realidade, ele nada tinha de bobo, mas, sim, de astuto, vencendo outros pretendentes ao trono e assumindo a chefia do Estado. Agora, no entanto, merece que a América Latina lhe devolva, e com razão, a ofensa: é melhor que se cale.


Mauro Santayana
http://conversa-afiada.ig.com.br/materias/465001-465500/465352/465352_1.html

A arrogância colonialista

O presidente Hugo Chávez é descuidado e franco no que fala. Usa, em sua retórica antiimperialista, metáforas quase divertidas, como chamar Bush de diabo. Mas não exagerou ao qualificar o ex-primeiro-ministro espanhol José Maria Aznar de fascista. Aznar, produto típico da Opus Dei, que se reorganiza com novo alento na Espanha, sempre tratou a América Latina com desdém. Em 2002, em Madri, atreveu-se a dar ordens ao presidente Eduardo Duhalde, da Argentina, para que aceitasse e cumprisse as exigências do FMI. Reincidiu na grosseria, ao telefonar a Buenos Aires, logo depois, como um dono de fazenda telefona para seu capataz, a fim de determinar-lhe a assinatura imediata do acordo com o órgão.

Conforme disse o próprio ministro de Relações Exteriores da Espanha, Miguel Angel Moratinos, Aznar deu ordens ao embaixador da Espanha em Caracas para que apoiasse o golpe contra Chávez em 2002. Com o presidente eleito preso pelos golpistas, o embaixador foi o primeiro a cumprimentar o empresário Pedro Carmona, que, também com o entusiasmado aplauso do representante dos Estados Unidos, tomava posse do governo, para ser desalojado do Palácio de Miraflores horas depois.

Não se pode pedir a Chávez que trate bem o ex-primeiro ministro espanhol, embora talvez lhe tivesse sido melhor ignorá-lo no encontro de Santiago. Mas, como comentou, na edição de ontem de El País, o jornalista Peru Egurdide, há um crescente mal-estar na América Latina com a presença econômica espanhola, identificada como "segunda conquista". A Espanha opera hoje serviços como os bancários, de água, energia, telefonia e estradas, que não satisfazem os usuários. Ainda na noite de sexta-feira, em reunião fechada, Lula e Bachelet trataram do assunto com Zapatero, de forma veemente - longe dos jornalistas.

Mas se Chávez, mestiço venezuelano, homem do povo, fugiu à linguagem diplomática, o rei Juan Carlos foi imperial e grosseiro, ao dizer-lhe que se calasse. O rei, criado por Franco, tem deixado a majestade de lado para intervir cada vez mais na política espanhola - conforme o El País critica em seu editorial de ontem. Em razão disso, as reivindicações federalistas dos povos espanhóis (sobretudo dos catalães e dos bascos) se exacerbam e indicam uma tendência para a forma republicana de governo. Pequenos episódios revelam o conflito latente entre os espanhóis e seu rei. Já em 1981, quando do frustrado golpe contra o Parlamento Espanhol, o comportamento de sua majestade deixou dúvidas. Ele levou algumas horas antes de se definir pela legalidade democrática. Para muitos, o golpe chefiado por Millan del Bosch pretendia que todos os poderes fossem conferidos a Juan Carlos, em um franquismo coroado.

Os dirigentes latino-americanos tentarão, diplomaticamente, amenizar a repercussão do estrago, mas o "cala a boca" de Juan Carlos doeu em todos os homens honrados do continente. O rei atuou com intolerável arrogância, como se fossem os tempos de Carlos V ou Filipe II. A linguagem de Zapatero foi de outra natureza: pediu a Chávez que moderasse a linguagem. Como súdito em um regime monárquico, não pôde exigir de Juan Carlos o mesmo comportamento - o que seria lógico no incidente.

Durante os últimos anos de Franco, a oposição republicana espanhola se referia ao príncipe com certo desdém, considerando-o pouco inteligente. Na realidade, ele nada tinha de bobo, mas, sim, de astuto, vencendo outros pretendentes ao trono e assumindo a chefia do Estado. Agora, no entanto, merece que a América Latina lhe devolva, e com razão, a ofensa: é melhor que se cale.


Mauro Santayana
(http://conversa-afiada.ig.com.br/materias/465001-465500/465352/465352_1.html)

E o Cacciola?

Charge de Bessinha para A Charge Online

ONG pode ir ao MP contra Programa do Jô

A campanha "Quem Financia a Baixaria é Contra a Cidadania" está discutindo a possibilidade de tomar providências junto ao Ministério Público em relação ao Programa do apresentador Jô Soares.

Essa discussão está sendo motivada pelo post publicado neste blog no dia 24 de outubro e que ganhou a internet. Isso mostra o quanto a internet é um instrumento que, mesmo limitado, amplia a democracia nas comunicações.

Para o leitor ter uma idéia, aquele post chegou ao meu e-mail cinco vezes a partir de listas diferentes. Uma delas é essa onde a assessoria da campanha “Quem Financia a Baixaria é Contra a Cidadania” fala em providências junto ao Ministério Público.

Como já afirmei, considero que uma ação ao circo de horrores que foi a conversa entre Jô e o taxista-antropólogo é mais do que necessária. Se nada for feito contra esse absurdo só porque o entrevistador é o Jô Soares, devemos parar de brincar de discutir a qualidade da TV brasileira.

Poucas vezes vi algo tão preconceituoso e nojento quanto aquela entrevista. Mais nojento e preconceituoso ainda porque travestido de estudo comportamental de um povo. Que por coincidência (e só por coincidência), era formado por mulheres pretas e pobre. Seria curioso ver umas loiras bacanas, filhas de juízes brasileiros, por exemplo, tendo seus penteados analisados daquela forma. Os penteados das loiras-aguadas filhas de juízes e a sua sexualidade, que tal? Topas, Jô. Não sou taxista, mas tenho explicação para cada tipo de penteado dessas patricinhas.

(http://www.revistaforum.com.br/sitefinal/blog/default.asp#1363)

Um outro mundo é possível?

Interessante o texto de Carola Reintjes Viagem a uma empresa utópica. Trata de uma empresa no sul da Espanha que não visa lucro, pratica o comércio justo e paga salários iguais a todos os sócios e funcionários há vinte anos — e parece que vai muito bem das pernas... Mais um texto do Le Monde.

De quem você tem medo?

Vejam (sem trocadilhos) o trabalho que Época teve pra montar uma capa com um Hugo Chavez ameaçador (com comentário do diretor de arte). E ai: você tem medo dele ou da revista?




Capa da semana: para fazer a capa desta semana foi feita uma pesquisa de imagem muito específica. O presidente da Venezuela Hugo Chávez teria que estar com cara ameaçadora. Foi muito difícil, ele tem uma cara gorda e simpática, não dá medo em ninguém. A imagem que mais chegou próximo do objetivo foi a que ele está de boina vermelha olhando para o lado esquerdo. Para deixar a imagem ainda mais forte, o nosso ilustrador Nilson Cardoso fez um trabalho de manipulação na imagem original, até chegar a este resultado final.O que acham? Façam seus comentários. (Marcos Marques - diretor de arte de Época).

Brasil, o país dos desiguais

Ainda no Le Monde, matéria de Marcio Pochmann:
  • os 10% mais ricos detém três quartos da renda nacional
  • apenas 5 mil famílias controlam 45% de toda a riqueza
  • o dinheiro reside em 4 cidades
Vou procurar um link para a matéria...

ECOLOGIA URBANA

Vale a pena ler o texto Para que as cidades ressuscitem (no Le Monde Diplomatique).

Primeiro penta

Com relação à polêmica sobre o primeiro penta-campeão, fica uma pergunta, que ainda não ouvi ninguém fazer: se o cruzamento entre os campeões dos módulos verde e amarelo em 1987 foi esdrúxulo (porém contando com a aprovação do Flamengo e Internacional, já que eles disputaram o campeonato), o que dizer da Copa João Havelange de 2000, com uma final entre o Vasco e o São Caetano (oriundo da segunda divisão). Se o Flamengo é penta, o Vasco nem deveria ter entrado em campo naquele memorável jogo, onde a Globo teve que engolir o logo do SBT na camisa do Gigante da Colina.
Muito bom um texto do Altamiro Borges. Vale a pena uma transcrição:

"A pressão da mídia privada para sabotar ou limitar o alcance da TV Brasil será violenta e terá o apoio explícito ou enrustido da influente bancada parlamentar dos radiodifusores - a mesma que sabota a instalação da CPI para averiguar a sinistra venda da TVA, da Abril, para a Telefônica ou que renova, sem critérios ou transparência, as concessões públicas. Acostumada a reinar sozinha, usufruindo dos milionários recursos em publicidade e manipulando as consciências, ela teme a concorrência de uma rede pública de qualidade, mais plural e democrática. A ditadura da mídia, que sofreu forte desgaste na sucessão presidencial e que teme os efeitos da convergência digital, sabe que a TV Brasil, com subsídios e competência, pode comer importantes fatias da audiência".

Quem são os inimigos da TV Brasil?