quarta-feira, 14 de novembro de 2007

"Última Flor do Fáscio"

Em entrevista concedida à Caros Amigos, número 127, de outubro de 2007, PHA chama a Veja de "última Flor do Fascio". Na edição seguinte, a revista recebeu do leitor Pedro Pereira, de Recife, Pernambuco, a seguinte carta:


Entre os muitos pontos altos da entrevista quero aqui destacar o feliz achado de Paulo Henrique Amorim aplicando à asquerosa Veja o cognome de "Última Flor do Fáscio". Num jogo de palavras com o título de um dos melhores sonetos de Olavo Bilac "A última flor do Lácio", que começa assim: "Última flor do Lácio, inculta e bela ... ". Em homenagem ao bem apanhado e bem merecido cognome de VEJA encontrado por Henrique Amorim, ousei parodiar a "Última Flor do Lácio" de nosso grande, gigantesco Olavo Bilac:


Última flor do Fáscio, estulta e banguela,
que a qualquer um se entrega por dinheiro,
que se oferece lasciva ao estrangeiro,
duma mídia ruim és a pior mazela.

VEJA pela verdade nunca zela,
seus leitores empulha o tempo inteiro,
num estilo crapuloso, bem rasteiro
contra o que é certo está de sentinela.

Um tal Mainardi, que é seu colunista,
do Paulo Francis malfeita paródia,
não consegue esconder que é fascista
e outros defeitos, de uma enorme lista.
Que se o interne, num hospício, em vil custódia,
para sempre longe de nossa vista.

(Pedro Ney S. Pereira, Recife – PE )


Leia a seguir o original, "Última Flor do Lácio", de Olavo Bilac:


Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela...
Amo-te assim, desconhecida e obscura,
Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela
E o arrolo da saudade e da ternura!

Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,

Em que da voz materna ouvi: "meu filho!"
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!


Genial Pedro!

Nenhum comentário: